Pessoas diabéticas correm risco de sofrer amputações?

Você sabia que pessoas diabéticas correm um risco maior de ter seus membros amputados do que outras pessoas? Sim, o risco de amputações, principalmente dos membros inferiores, é real.

Devido a esse risco, eu criei este artigo para te instruir acerca dos cuidados com essa doença e assim, preservar a sua saúde vascular. Portanto, leia esse artigo para entender melhor sobre o tema.

Risco de amputação em pessoas com diabetes

A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) faz um alerta sobre a necessidade do acompanhamento multidisciplinar no tratamento da doença. De acordo com a entidade, é preciso atenção redobrada para evitar que o chamado pé diabético se manifeste. Sem o atendimento devido, o problema pode causar a amputação de membros inferiores em quadros mais graves.

As infecções nos pés de pessoas diabéticas são de grandes preocupações, sobretudo, quando considerado o tamanho da população suscetível ao problema. Segundo a SBACV, mais de 500 milhões de pessoas são acometidas pelo diabetes no mundo inteiro. No Brasil, há pelo menos 15 milhões de pessoas, com idades entre 20 e 79 anos, nessa condição. Considerado um grave problema de saúde pública, a doença pode trazer diferentes complicações vasculares e significativo impacto à qualidade de vida dos pacientes.

O pé diabético e seu impacto negativo na sociedade

O pé diabético está entre as manifestações mais evidentes dessa doença. Um dos fatores determinantes para os problemas vasculares em pessoas diabéticas é a falta de atenção e cuidado com os pés. Isso pode acarretar feridas de difícil cicatrização e muito susceptíveis a infecção nesse tipo de paciente. Dessa forma, é muito importante ter um bom controle da glicemia, por meio de uma alimentação equilibrada, e de seguimento médico. Além disso, busque ter cuidados redobrados para evitar feridas nos pés e/ou pernas.

Para evitar o surgimento de novos casos do problema, existem algumas recomendações importantes que citarei aqui nesse artigo. Essas dicas, que estão disponíveis aqui no meu blog nas minhas redes sociais, chamam atenção para medidas simples. Porém, elas podem diminuir as chances de aparecimento do transtorno que, sem o devido cuidado, pode resultar na amputação do membro afetado.

Números de amputações causados por diabetes

Segundo a SBACV, mais de 245 mil brasileiros sofreram com a amputação de membros inferiores entre janeiro de 2012 e março de 2022. Boa parte desses casos envolvem pessoas com diabetes. Além disso, a doença é a maior causa de outros quadros como:

  • Insuficiência renal, junto com a hipertensão arterial;
  • A maior causa de cegueira, junto com o glaucoma e retinopatia diabética e;
  • A maior causa de amputações não traumáticas do mundo.

Esses, por si só, já são fatores de alerta para a prevenção e o tratamento das complicações do paciente com diabetes. Ou seja, essas pessoas devem ter um acompanhamento médico multi e interdisciplinar para atuar juntamente com o cirurgião vascular. Por exemplo, esse processo deve envolver na equipe, profissionais como: endocrinologista ou médico clínico, ortopedista, oftalmologista e nutrólogo.

Qual o tratamento para diabetes?

O tratamento do diabetes inclui, não só medicações para controle da glicemia. Ela envolve também a implementação de uma alimentação balanceada, pobre em alimentos industrializados, condimentados e com alto teor de açúcares de rápida absorção. Além disso, você deve realizar exercícios físicos regulares, de acordo com a sua capacidade. Esses aspectos podem evitar não apenas o aparecimento do diabetes, como o de úlceras, trombose venosa profunda, infartos, AVCs, inchaços e dores.

Por outro lado, se o paciente desenvolve uma úlcera, o tratamento vai depender de alguns fatores como:

  • A causa dessa enfermidade;
  • As condições clínicas do paciente;
  • O tamanho, a profundidade e o grau de dor ou infecção da ferida e;
  • Se há isquemia (falta de sangue no membro) associada.

Quer dizer: uma úlcera pequena, com pouca ou nenhuma infecção ou dor, pode ser tratada com curativos e tratamento local. Já uma úlcera extensa e infectada talvez precise de antibióticos, curativos, limpeza cirúrgica (desbridamentos), procedimentos para restaurar o fluxo de sangue ou até mesmo amputação.

Dessa forma, ao se conscientizar dos cuidados com o pé, e estar atento a qualquer alteração nesse sentido, procure o atendimento médico especializado. Pois, quanto mais rápido o diagnóstico for realizado, maiores são as chances de reduzir o surgimento de úlceras e, consequentemente, de amputações.

Como prevenir o pé diabético?

Confira abaixo a lista com os principais cuidados para prevenir o pé diabético:

1 – Não fazer compressas nos pés, nem quente, nem fria, nem gelada;

2 – Usar meia sem costura ou usá-la com a costura para fora (prefira usar meias claras para identificar se há alguma secreção);

3 – Não remover as cutículas das unhas dos pés;

4 – Não usar sandálias com tiras entre os dedos;

5 – Cortar as unhas retas e acertar os cantos com lixa de unhas;

6 – Hidratar bem os pés;

7 – Nunca andar descalço;

8 – Olhar sempre a planta do pé e tratar logo qualquer arranhão ou ferimento;

9 – Não usar sapatos apertados ou de bico fino;

10 – Tratar as calosidades com profissionais da saúde;

11 – Olhar o interior do sapato antes de usá-lo;

12 – Enxugar bem entre os dedos depois do banho.

Outros riscos causados pelo diabetes

Além do pé diabético, essa doença pode ter outras consequências sobre a saúde vascular. O acometimento pode ser microvascular (olhos, rins, nervos periféricos, etc) e macrovascular (artérias importantes, como coronárias, carótidas e artérias do abdome ou das pernas). Uma pessoa diabética tem quatro vezes mais chances de ter um infarto.

Isso ocorre porque o diabetes promove o enrijecimento e a obstrução precoce das paredes das artérias. Tal fato pode ocorrer nas artérias que irrigam os membros inferiores; nas carótidas, que irrigam o cérebro; ou nas coronárias, que irrigam o coração. Essas alterações, por sua vez, podem causar dificuldade de manutenção da circulação adequada.

Dessa forma, isso pode levar as consequências ao território acometido: amputações, acidentes vasculares cerebrais ou infrator, por exemplo.

Portanto, para diminuir as chances de desenvolver doenças cardiovasculares, busque adotar um estilo de vida saudável, como por exemplo:

  • A prática de exercícios regulares;
  • Evitar o tabagismo;
  • Combater a obesidade;
  • Alimentar-se de forma balanceada e;
  • Fazer o acompanhamento médico regular.

Durante a consulta com o médico vascular, são identificados os pacientes de maior risco. Por meio do exame físico, o profissional pode detectar rachaduras, deformidades, sinais de má circulação, e a presença de infecção. Exames de imagem como o ultrassom vascular podem ser realizados para um detalhamento do quadro e planejamento de um eventual procedimento necessário.

Conclusão

Agora que você entendeu o risco que o diabetes pode causar a sua saúde vascular, adote hábitos de vida que ajudarão a evitá-la. Se você deseja saber mais sobre o tratamento e prevenção dessa doença, entre em contato comigo para agendar uma consulta agora mesmo!

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